28 de maio de 2011

Estrada da Limeira

Fotos

28.05.2011. Até que enfim saiu o planejado (mas nada foi como planejado) pedal Curitiba à Garuva via Estrada da Limeira_146 km. Para aqueles que não conhecem o trecho: Curitiba _ BR 277 (sentido litoral) _ 2º. Trevo de entrada à Morretes (segue pra direita) _ Estrada de Santa Marta _ Estrada da Limeira _ Garuva/SC.
            Bem que tentaram nos avisar...Não levamos fé, não acreditávamos que era tanto assim, mas as chuvas do mês de março fizeram um estrago que só vendo mesmo pra acreditar, ou melhor, é INACREDITÁVEL o que aconteceu com o povo da região. Nos primeiros km pedalados pela estrada de Santa Marta já tomamos conhecimento da tamanha destruição ocorrida. A indignação tomou conta de todos, seguido de alguns km’s de silêncio. Pessoal, bicho feio, só estando lá pra ter noção da coisa....a tv não mostra, não mostrou nada!!!
            Os “ribeirinhos” nos avisaram já nos primeiros Km’s de pedal:”vcs vão encontrar novidades aí pela frente”. Encontramos uma Limeira bem diferente de todos os relatos já lidos e ouvidos. Dessa vez o que pegou não foi a subida da serra (inclinação 15%), o calor, as pedras soltas, o areião.....o problema foi a falta de pontes, a falta de estrada, a combinação terra + areia = lamaçal, os desmoronamentos, as árvores caídas sobre a estrada, as travessias dos rios. Tirando a ponte do rio canasvieira, não sobrou nenhuma outra pra contar história.
            E não foram só as pontes que sumiram....a estrada também!!! não..., as bananeiras tão lá ainda...rsrsrsr (como tem bananeiras naquele local!!!). Em alguns locais a estrada simplesmente deixou de existir, restando apenas enormes valas ou então passou a ser o novo curso do rio que a abocanhou.
            Por muitos km’s as coisas se inverteram....tínhamos literalmente que carregar as bike’s...sem condição alguma de pedal. Ou era onde tinham os desmoronamentos obstruindo toda estrada e aí só “escalando” mesmo, ou era quando as árvores estavam caídas trancando toda extensão da estrada, quando não era o barro que travava tudo...daí só carregando mesmo. Encontramos uns “bicicleteiros ribeirinhos” que nos perguntaram se tínhamos certeza que iriamos seguir em frente. Pq? Logo em seguida descobrimos, kd a estrada!!! Por onde seguir? pelo meio da mata ou pelo meio do rio?...foi por dentro do rio mesmo, por mais de 1 km, saltando pedras, galhos e entulhos da enchente em meio a água fria e aqueles lazarentos dos borrachudos mandando ver, até reencontrar a “outra ponta” da estrada.
Muitos trechos estão completamente intransitáveis por causa da lama acumulada gerada pelo vai e vem das máquinas que tentam, diga-se: em vão, recuperar a aparência da estrada. As cargas de terra para tentar tapar as crateras formadas e a umidade natural da serra forma uma espessa camada de lama, que torna impossível sequer empurrar a bike.....ou vc arrasta ou carrega nos braços a magrela. A descida da serra era pra ser moleza, não foi!!!
            Superadas as dificuldades que a natureza nos impôs e que estavam fora do nosso planejamento, conseguimos chegar ao “recanto canasvieiras” para um descanso merecido e comer o “sanduba F1” do Marcão. Descansados e alimentados já estávamos prontos e bem atrasados para os últimos 40 km até Garuva, pois passava das 14:30h e o “resgate” _ Renan e Elis, estaria a nossa espera às 16h...então, “pau na mula”. O trecho final foi superado facilmente, somando ao atraso natural, um pneu furado e uma parada básica na fazenda do nosso amigo Sadi, que estrutura hein???, chegamos em Garuva com a grata sensação de dever cumprido e que restariam muitas histórias dessa aventura.
            A Estrada da Limeira jamais será a mesma depois das “chuvas de março”. Não é muito afirmar que a partir de agora teremos um novo e radical passeio pela Limeira, porque demorará anos para que a mesma seja recuperada, diante de tamanho estrago. Quem passou por uma Limeira (antiga), tem que passa pela outra (nova), vale muito a pena!

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